O monitoramento de fauna utiliza uma série de métodos científicos, padronizados e validados, que permitem acompanhar a presença, a abundância, o comportamento e as variações das espécies ao longo do tempo. A escolha dos métodos depende de diversos fatores, como o bioma, o tipo de empreendimento, os grupos faunísticos de interesse e os objetivos específicos do monitoramento.
A seguir, estão os métodos mais aplicados no monitoramento de fauna, organizados por grupos de fauna e tipos de abordagem.
1. Armadilhas fotográficas (câmeras trap)
- Descrição: câmeras automáticas com sensores de movimento e calor, instaladas em pontos estratégicos.
- Finalidade: registrar a presença de mamíferos e aves de médio e grande porte, de forma não invasiva.
- Vantagens: baixo impacto, registros noturnos e diurnos, identificação de espécies tímidas ou de hábitos difíceis de observação.
2. Armadilhas de queda (pitfall)
- Descrição: conjunto de baldes ou recipientes enterrados, interligados por barreiras de lona, que capturam animais que se deslocam pelo solo.
- Finalidade: monitoramento de pequenos mamíferos terrestres, anfíbios, répteis e invertebrados.
- Vantagens: alta eficiência para espécies de difícil detecção por outros métodos.
3. Armadilhas de captura viva (Sherman, Tomahawk e Wire Cage)
- Descrição: gaiolas ou caixas metálicas equipadas com mecanismos de fechamento automático.
- Finalidade: captura de pequenos e médios mamíferos para identificação, biometria, marcação e soltura.
- Vantagens: permite avaliações populacionais, análises sanitárias e marcação-recaptura.
4. Busca ativa
- Descrição: percursos sistemáticos onde os profissionais procuram visualmente ou auditivamente os animais.
- Finalidade: aplicado para répteis, anfíbios, aves e mamíferos.
- Vantagens: flexibilidade, baixo custo, permite localização de ninhos, tocas e áreas de reprodução.
5. Observação direta com binóculos e lunetas
- Descrição: técnicas de avistagem a partir de pontos fixos ou percursos determinados.
- Finalidade: principalmente para o monitoramento de aves e mamíferos de hábitos diurnos.
- Vantagens: método não invasivo, ideal para áreas abertas e ambientes sensíveis.
6. Censos auditivos
- Descrição: registro de vocalizações, especialmente útil para aves e anfíbios.
- Finalidade: identificação de espécies por seus sons característicos.
- Vantagens: essencial para espécies de difícil visualização, especialmente em ambientes florestais densos.
7. Redes de névoa
- Descrição: redes finas e quase invisíveis usadas para capturar aves e morcegos.
- Finalidade: permite estudos de biometria, marcação, análise sanitária e posterior soltura dos indivíduos.
- Vantagens: alta eficácia na captura de morcegos, grupos com hábitos noturnos e que são difíceis de detectar por observação direta.
8. Análise de vestígios
- Descrição: identificação de pegadas, fezes, pelos, ossadas, tocas e outros indícios da presença de animais.
- Finalidade: complementa os registros de fauna, especialmente de espécies difíceis de serem vistas diretamente.
- Vantagens: método de baixo custo e eficiente para grandes mamíferos e animais noturnos.
9. Bioacústica
- Descrição: uso de gravadores automáticos que capturam sons da fauna.
- Finalidade: monitoramento de aves, anfíbios, insetos e alguns mamíferos (como morcegos e cetáceos) por meio de suas vocalizações.
- Vantagens: monitoramento passivo, registra informações 24 horas por dia, com baixo impacto ambiental.
10. Avaliação aérea (VANTs e drones)
- Descrição: uso de drones equipados com câmeras e sensores.
- Finalidade: monitoramento de fauna em áreas extensas, identificação de ninhos, animais de grande porte e movimentações em habitats de difícil acesso.
- Vantagens: permite cobertura de grandes áreas em pouco tempo, com menor impacto no ambiente.
11. Marcação e recaptura
- Descrição: técnica que consiste na captura, marcação dos indivíduos (com anilhas, tatuagens, chips ou colares), soltura e posterior recaptura.
- Finalidade: avaliação populacional, deslocamento, taxa de sobrevivência e comportamento.
- Vantagens: dados robustos sobre dinâmica populacional e uso de habitat.
12. Entrevistas com comunidades locais
- Descrição: coleta de informações com moradores, trabalhadores locais e populações tradicionais.
- Finalidade: obtenção de dados complementares sobre avistamentos, comportamento animal e alterações percebidas na fauna.
- Vantagens: método complementar de baixo custo, que auxilia na triangulação das informações obtidas em campo.
Importância da escolha adequada dos métodos
No monitoramento de fauna, a escolha dos métodos deve ser cuidadosamente planejada, considerando:
- Características do ambiente: cada tipo de ambiente impõe desafios específicos. Florestas densas, como a Amazônica e a Mata Atlântica, têm visibilidade e mobilidade reduzidas, o que exige métodos como armadilhas fotográficas e bioacústica. No cerrado e em campos, que possuem vegetação mais aberta, é possível utilizar observação direta e drones com mais eficiência. Já áreas alagadas, pantanosas ou urbanas demandam adaptações logísticas e metodológicas para lidar com condições específicas, como acesso limitado, fauna sinantrópica ou alterações no comportamento dos animais.
- Espécies-alvo ou grupos faunísticos: o monitoramento de fauna pode focar em determinados grupos, como mamíferos, aves, répteis, anfíbios, insetos ou morcegos. Cada grupo possui hábitos e comportamentos próprios, que exigem técnicas específicas. Por exemplo, morcegos são monitorados com redes de neblina e gravadores ultrassônicos, enquanto anfíbios respondem bem a censos auditivos e visuais, especialmente em períodos chuvosos. Definir claramente os grupos de interesse é fundamental para orientar os métodos e garantir resultados precisos.
- Condicionantes do licenciamento ambiental: em muitos casos, o monitoramento de fauna é uma exigência dos órgãos ambientais como parte do processo de licenciamento. As condicionantes definem os grupos a serem monitorados, a frequência das coletas, os períodos do ano e os métodos obrigatórios. Esses parâmetros são indispensáveis para a conformidade legal e também para garantir que o empreendimento adote práticas que minimizem seus impactos ambientais.
- Períodos sazonais: o comportamento da fauna varia conforme as estações do ano. Por isso, o monitoramento de fauna deve considerar períodos distintos, como seca e chuva, além de épocas de reprodução ou migração. Realizar coletas em apenas uma estação pode gerar um retrato incompleto da fauna local, comprometendo a análise dos impactos e a eficácia das medidas de mitigação.
- Recursos disponíveis e logística: a definição dos métodos também depende dos recursos financeiros, do tempo disponível, da equipe técnica e da logística do projeto. Áreas remotas, de difícil acesso ou com relevo acidentado exigem mais planejamento, equipamentos específicos e maior tempo de campo. A escolha correta dos métodos deve equilibrar os objetivos do estudo com a viabilidade operacional, garantindo dados de qualidade dentro dos prazos e custos previstos.
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